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Para falarmos com propriedade sobre a mulher na Construção Civil, é preciso expandi-lo um tanto e enxergá-la, em primeiro lugar, como elemento fundamental na cadeia de produção de qualquer empreendimento e do quanto isso demorou a ser aceito como realidade prática.

A ótica sistemática

Durante muito tempo, a visão quase absoluta que se tinha sobre a mulher, enquanto colaboradora de uma função considerada masculina pela sociedade, era relacionada à organização e limpeza. Imaginar o feminino como braço forte de uma construção civil ou exercendo qualquer papel relacionado à segurança pública, por exemplo, sempre foi tratado de maneira rasa. É uma ótica sistemática. O sistema criou essa visão, pouco a pouco, imerso em argumentos que exaltam a superioridade física masculina e potencializam a fragilidade e uma suposta “limitação intelectual” da mulher para trabalhos pesados. Junte isso a anos de exclusão mercadológica. Não faz muito tempo que era impensável a mulher obter um cargo de liderança e ganhar o mesmo que um homem.

Mudança de cenário

Você já imaginou uma mulher seguindo a profissão de pedreira ou mestre de obras? É difícil internalizar que há cursos para tal promovidos pela rede pública de alguns municípios? E que a mulher já é maioria nas universidades? Pode ser difícil acreditar, mas é fácil comprovar.

Segundo dados no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre os anos de 2002 e 2008, a participação feminina nos postos formais de trabalho registrou crescimento de 40,9% contra 34,5% dos homens. E elas, cada vez mais, vêm conquistando espaço em profissões, tradicionalmente, masculinas. Na área da construção civil, este cenário não é diferente.

Uma pesquisa realizada pela Catho Online, em março de 2010, aponta que 18,43% dos profissionais da área Industrial/Engenharia são mulheres. Hoje não há mais restrição das empresas na hora de selecionar novos empregados. “Preferir um funcionário homem ou mulher é item discriminatório”, explica Carolina Stilhano, gerente de comunicação da Catho Online. Os tempos são outros. Os capacetes amarelos já podem ser vistos cobrindo o coque por onde descem as longas madeixas femininas. Os pesados macacões salientam e ganham formas mais delicadas, mostrando que a diferença está apenas no estereótipo. Tijolo por tijolo, num desenho mágico, uma nova realidade foi construída por homens e, também, por mulheres que conquistaram seu espaço.

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